FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
O bispo de Barra (610 km de Salvador, BA), dom Luiz Flávio Cappio, 60, disse estar disposto a manter o jejum até a morte, "se for preciso". Segundo ele, "o rio e o povo merecem".
Em entrevista à Folha, por telefone, Cappio afirmou que "ninguém" concorda com seu protesto, por querê-lo vivo, mas diz que não recuará nem a pedido das instâncias superiores da igreja. Leia, a seguir, trechos da entrevista.
FOLHA - Qual o limite do protesto?
LUIZ FLÁVIO CAPPIO - Até o fim.
FOLHA - Até a morte?
CAPPIO - Claro, se for preciso. O rio e o povo merecem.
FOLHA - O sr. consultou as instâncias superiores da igreja?
CAPPIO - Consultei, sim, conversei, mas, na minha opinião, a gente é senhor da própria vida. Deus nos deu a vida para que ela seja doada. Ninguém está de acordo comigo, porque ninguém quer ver o irmão ser sacrificado, mas, se for preciso, eu estou aqui para essa prova.
FOLHA - Mesmo que as instâncias superiores proíbam, o sr. está disposto a manter a greve?
CAPPIO - Estou, sim, vou levar adiante. Comuniquei a nunciatura apostólica, que representa o santo padre, comuniquei a CNBB, meu arcebispo, todos. E todos me aconselham: "frei Luiz, não faça isso", porque têm muito amor e me querem vivo. Mas respeitam meu gesto.
FOLHA - Há espaço para negociação com o governo?
CAPPIO - Não. Agora não vai ter barganha. Agora é uma posição definida
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