terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Exército pára as obras em Cabrobó


CRISTINA LAURASUCURSAL JUAZEIRO
claura@grupoatarde.com.br

A ordem de paralisação das obras de transposição no Eixo Norte em Cabrobó,i nterior de Pernambuco (a 680 km de Salvador) chegou ao Exército no sertão pernambucano na quinta-feira última, às 15h30. As máquinas que estavam operando estão paradas nos dois canteiros,enfileiradas e agora apenas tratadas pela manutenção.
Na área onde é aberto o Canal de Captação e Aproximação são seis as máquinas sem operar e na Barragem de Tucutu dez devem ficar inativas atés egunda ordem de acordo com o capitão Walfredo Galvão Filho. “Recebemos aliminar do Batalhão em João Pessoa e paramos o trabalho imediatamente. Apesar disso, já havia uma pausa prevista para acontecer entre os dias 20de dezembro e 2 de janeiro”, afirma o capitão.
O capitão Galvão Filho explica que o trabalho de construção da estruturada base do Exército a poucos quilômetros do Projeto de Integração da Bacia continua sem interrupção. Homens trabalham na montagem de vários galpões para abrigar dormitórios, sala de reuniões, refeitório e área de lazer e exercícios para quem vai permanecer na região pelos 15 meses previstos para conclusão da polêmica obra de transposição.
Atividades paralelas serão empreendidas pelos homens que agora estarão parados e, segundo o capitão Galvão, “os civis que foram contratados para auxiliar tiveram que ser dispensados até que tenhamos alguma posição da Justiça e ordem de retomada do trabalho”.

TERRAS INDÍGENAS – A liminar que determinou a paralisação dos trabalhos doExército foi concedida pelo Tribunal Regional Federal com base naindefinição que existe sobre as terras onde são realizadas as obras.

Terras essas que os índios da Tribo Truká que vivem na Ilha de Assunção em Cabrobó asseguram serem deles com registros de índios na região datados de até dois séculos.
O cacique Aurivan dos Santos Barros afirma que há a intenção das comunidades indígenas de Escurinho, Mãe Rosa, Bela Vista e Manguinha que reúnem mais de 458 índios retornarem às terras.“Não há o que discutir. As terras são nossas e quando conseguirmos concluir os estudos provaremos quem são os invasores”, garante o cacique.
Enquanto aguardam o andamento das pesquisas e a resposta posterior do governo federal sobre a liminar, a segurança dos equipamentos estacionados nos canteiros de obra é feita pelo 72º BI de Petrolina (PE).

DOM CAPPIO – A repercussão da nota da Conferência Nacional dos Bispos doBrasil (CNBB), convidando cristãos a se unirem em jejum e oração ao bispo dom Luiz Cappio, levou pessoas de diversas cidades brasileiras a uma grevede fome de 24 horas, ontem.
Na Capela do São Francisco, em Sobradinho, 15 integrantes das equipes de apoio passaram o dia somente à base de água. Para dom Cappio, o jejum solidário, é uma maneira muito concreta de o povo se mostrar consciente da importância da causa."Isso reforça a nossa luta em defesa do Rio São Francisco". Ele deseja quee ssa postura da Igreja mobilize ainda mais pessoas."Quanto maior a mobilização, maior a pressão sobre o governo", assegura.
Apesar de estarem paradas obras nos eixos leste e norte, o bispo permanece em greve de fome, porque acredita que a liminar emitida pelo TRF "ainda não é suficientemente segura para uma tomada de posição".
Uma série de mobilizações solidárias ao bispo estão programadas para os próximos dias.
Hoje, em Salvador, será feita uma vigília permanente, apartir das 10 horas, na Praça da Piedade. Segunda-feira está definida comoo Dia Nacional de Vigília e Jejum Solidário, convocado pela CNBB.

Nenhum comentário: